Brígida Baltar

Brígida Baltar (Rio de Janeiro, 1959 – Rio de Janeiro, 2022) começou a desenvolver sua obra na década de 1990 por meio de pequenos gestos poéticos realizados na sua casa-ateliê localizada em Botafogo, um bairro da zona sul do Rio de Janeiro. Durante quase dez anos, a artista colecionou materiais da vida intimista, como a água de goteiras escorrendo de frestas do telhado ou a poeira marrom-avermelhada dos tijolos de barro das paredes. Em “Abrigo” (1996), a artista esculpiu sua própria silhueta em uma parede de sua casa e, ao entrar nesse casulo, transformou a experiência em uma intersecção simbiótica, tornando-se parte da casa na qual habitava. As ações foram, subsequentemente, expandidas para o espaço da rua, originando obras como “Coletas”, no qual colheu neblina, orvalho e água do mar evaporada, uma tarefa sabidamente ineficaz de captar o impossível. Em 2005, antes de se mudar de casa, a artista levou grandes quantidades de poeira fina coletada dos tijolos de barro firme. O pó foi usado em trabalhos posteriores, resultando em desenhos de montanhas e florestas cariocas, indícios do espaço íntimo que Brígida compartilha com o mundo. A presença da escultura na sua obra surge ainda com os tijolos, expandindo-se para outros materiais como cerâmica, vidro e metais.

Prêmios

Algumas coleções